O FARDO DA SOLIDÃO

Uns dizem, outros afirmam: “A solidão é estado de espírito”.  E quem a sente não está bem consigo e com o mundo. Com a conquista cada vez maior da liberdade financeira, muitos indivíduos, independente de sexo ou faixa etária, vivem sós. E não se sentem necessariamente sós. Revelam estar bem assim. Optaram por esta condição existencial. Para elas, não significa que foram excluídas da vida social ou se autoexilaram. Apenas escolheram manifestar sua independência dessa forma.

Para alcançar a felicidade, o ser humano precisa se realizar em diversos aspectos da vida: afetivo, profissional, pessoal e social. Não adianta ser bem sucedido em apenas um deles. O aspecto pessoal, é que vai ditar o que se deseja e com quem gostaria de estar.

E quando não está bem consigo mesmo, instala-se a solidão. E com solidão, não se consegue dirimir antigas mágoas, rancores, perdas e tristezas. Isso se torna terreno fértil, propício à instalação de sentimentos negativos.

Cada ser enfrenta sua solidão de forma diferente, ao seu modo e jeito. O que afeta uns, não necessariamente afeta outros. Alguns aceitam a condição e percebem a possibilidade de agirem de forma rápida. Reagem.  Outros se sentem desamparados, culpam a Deus e a todos por se sentirem sós.

Um indivíduo pode estar só por força das circunstâncias. São solitários, mas não sofrem com a solidão. Curtem tudo que fazem e se encontram de bem com a vida. Em paz consigo mesmo.

Quem não alimenta sonhos não tem objetivos. Não vibra positivamente, não é otimista. E diante disso, sofrem. Sofrem muito. Acreditam que para elas nada acontece ou acontecerá. Penso que é preciso mover-se, curtir aquilo de bom que a vida oferece. Fazer aquilo que gosta e dá prazer. Quem age assim provavelmente nunca se sentirá só.

É perceptível que pessoas solitárias são naturalmente pessimistas. Reclamam de tudo e de todos. Enxergam somente o lado negativo da vida. Pensam que tudo que não deu certo, poderá se repetir. Passam a impressão que nada sobrará a ser repensado, avaliado e retomado.

Em outro vértice, existem pessoas que gostam de sofrer. O fazem no intuito de que, agindo dessa forma, haverão de chamar a atenção para si. Outras já nascem com o sentido de solidão – sentem imenso vazio interior. Experimentam tristezas - sem explicação. E isso a afasta das outras pessoas. Passam a ter medo delas, temores, e sentem depressão e angústia.

 Estar só dependerá do indivíduo ter ou não solidão. Pesa o temperamento de cada um. Se é uma pessoa que se move, age e sabe curtir a vida fazendo aquilo que lhe dá prazer, provavelmente nunca se sentirá só. Ao contrário, terá sempre companhia. Mas, quem nunca ouviu a famosa frase “mesmo no meio de uma multidão me sinto só”?

 

 

Penso que a primeira coisa a ser feita quando alguém detecta a solidão, é avaliar: porque me sinto só? Por que sinto esse vazio? Por que sou rejeitado e infeliz com tudo? Provavelmente, uma mágoa profunda exista em seu coração. Então, resta olhar para seu espelho interior. Tentar descobrir no âmago da alma.

É importante ir ao encontro da verdade. De sua verdade. E tentar administrá-la, com o intuito de superar esse estado. Não ficar quieto deixando a vida passar, acontecer. É necessário ter interesse em participar da vida. Atualizar-se, ocupar-se com atividades prazerosas. Assim a vida se torna mais leve, fácil. Suave.

É preciso superar aspectos negativos da vida. Pessoas reagem de forma distinta diante dela. Para vencer a solidão, além de saber a causa, é preciso perceber e entender o que vai tirá-lo desse estado. E batalhar, batalhar muito para conseguir isso. Para cada pessoa existe um caminho. É preciso alcançá-lo. É preciso ser feliz. Ser muito feliz! Agora!