07/02/2013

CIÚME, RAZÃO...

O ciúme é  sentimento natural ao ser humano e até em alguns  animais. Podemos   dizer  que o ciúme é fisiológico e normal. Acontece, como tantos outros sentimentos. E na maioria das vezes não    sabemos  explicar  porque  o sentimos.  Mas   sentimos. O  ciúme   pode  ser normal,   em proporções racionais ou doentio, exagerado.

O ciúme normal é relativamente sadio, está relacionado ao cuidado  com  a pessoa amada,  ao zelo. Seja para com algum objeto de ligação afetiva ou pessoas (amigo, irmão, pais ou a pessoa amada). É o ciúme  protetor,   que não  causa sofrimento. Não  é  possessivo nem egoísta.  Fica evidente quando a pessoa sente que pode deixar de ser o principal interesse do outro.

O ciúme  doentio  faz parte de  um conjunto  de   traços de personalidade. É  uma variação  na quantidade normal, sobretudo na qualidade desse sentimento.  Causa sofrimento e dor, tanto à pessoa   ciumenta,  quanto ao  indivíduo   objeto  do ciúme. Não  aparece isolado   em    pessoas absolutamente  normais.  Geralmente  o  encontramos  em pessoas   com outras características, digamos “anormais”.

Sentimento descabido, desproporcional. Causado, desencadeado e agravado por situações irreais ou surreais. Nascido de fontes fantasiosas e até delirantes - em casos mais graves.  É de autoria e responsabilidade única e exclusiva das pessoas ditas “ciumentas." Nasce e cresce dentro delas. Acham que é provocado pelas circunstâncias. Quando na verdade tais circunstâncias são deformadas pelo próprio sentimento doentio do ciúme.

Já o ciúme exagerado, existe apenas uma variação na quantidade do sentimento e não em sua qualidade.  Causa igualmente sofrimento, mas não obrigatoriamente. Nesse caso, o "ciumento (a)” sofre mais do que a pessoa objeto do ciúme. Normalmente, acontece devido à baixa autoestima, insegurança, ausência de autoconfiança.



Quem nunca sentiu ciúme da pessoa amada, de um amigo, familiar,  ou  até mesmo um objeto, que atire a  primeira  pedra. É um sentimento que faz  parte da  vida.  Existem pessoas que  ao longo da vida  nunca sentiram  ciúmes e  de  repente  percebe que isso mudou. Será  que existe limite para este sentimento? Ou alguém é ou está imune de senti-lo?

Em tempos não muito remotos, se um homem tinha ciúmes ele era visto com "fraco", hesitante. Dessa forma,  homens ciumentos, com ciúme  normal  ou mesmo   exagerado, escondiam    esse sentimento, dissimulavam através de outros comportamentos. Para não transparecer, optavam por agir com opressão, implicância, rispidez, agressividade. Felizmente, hoje o constrangimento machista tem diminuído sensivelmente. Parecem-me praticamente igual em proporção, com os mesmos sintomas entre homens e mulheres.

O  que  desencadeia  esse  sentimento  são  os mesmos  motivos que  desencadeiam outros, são sempre de autoria da pessoa que os sente. As causas de ciúme normal ou exagerado   estão na pessoa ciumenta. A baixa autoestima é a principal razão nesses dois tipos de ciúme. Por sinal muito ruim, pois desencadeia crises na relação, seja ela qual for.
No  ciúme  doentio, imagino  e  vejo  como uma coisa mais complexa porque depende mais da psique da pessoa.

Para amenizar esse sentimento desconfortável, existe tratamento. Felizmente. Tratamento que pode   ser   através  da  psicologia   e   à  psiquiatria, associada a medicamentos. O objetivo  do tratamento  serve para estabilizar, normalizar a autoestima e a autoconfiança. Já me disseram que os resultados são excelentes.

E   casos  patológicos, "doentios", parecem  ser de   difícil  tratamento. A pessoa ciumenta quase sempre não se reconhece como doente. Nas demais áreas da atividade humana, como raciocínio, inteligência, memória, capacidade profissional vai muito bem, obrigada.




Ao ciumento, o melhor conselho é que tenha humildade e aceite que tem o problema.  Queira se tratar para melhorar a sua qualidade de vida e das pessoas que o cercam. Para quem sofre com o ciúme de outro, o melhor é a determinação de exigir que o ciumento busque ajuda, se cuide. Não é justo e aceitável que um promova infelicidade e sofrimento ao outro.

O ciúme proporciona o mal, escraviza o coração. Aprisiona. Oprime, tolhe a liberdade. Fere moral e fisicamente, além de outras coisas ruins. E não depende somente de circunstâncias ou, se depende, é minimamente. Isso quer dizer que não é a outra pessoa que desperta o ciúme, mas sim a pessoa ciumenta é que o sente, por sua conta. Depende, quase que exclusivamente, da mente de quem o tem.
Importa lembrar aqui que, embora exista o mito que o ciúme é consequência do amor, isso não é verdade! Tentam justificar atitudes insensatas, dizendo ter agido assim por amor.

O amor é sentimento lindo, maravilhoso! Caracteriza-se principalmente, por despreendimento, compreensão, carinho e profunda vontade e vocação para fazer o bem a pessoa amada, querer e proporcionar sempre o melhor para ela. Fazê-la sempre, sempre muito feliz!





3 comentários:

  1. Profundo, corajoso, verdadeiro. Quem nunca sentiu ciúme? E teve coragem de assumir que sentiu o maldito ciúme? Seu texto leva a reflexões interessantes... Parabéns!

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  2. Parabéns pelo belo blog, belo texto, por sinal, bem escrito! Carlos do blog Voz do Povo!

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  3. Você escreve sobre o assunto com muita proprieade... te parabenizo pelo blog

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