27/08/2014

UMA VIAGEM AO INTERIOR DO MEU INTERIOR...




     Normalmente, nós que moramos nas grandes cidades, levamos uma vida agitada. Corremos contra o relógio e ainda somos obrigados a enfrentar trânsito lento e desumano, buzinas estridentes, alguns condutores mal preparados e sem educação, deixando-nos impacientes e mais cansados.
     A violência urbana, o enfrentamento de rotinas pesada pioram ainda mais a vida de quem vive nas metrópoles. Eu sou apenas mais uma no meio da multidão daqueles que sofrem a agruras desse “emaranhado” e desenfreado modo de viver.

     E fatalmente, não iria dispensar um convite para passar três dias em uma cidade turística e interiorana chamada Pirenópolis-Go. Cidade, que nos fins de semana e feriados fica lotada de turistas. Pessoas que buscam harmonizar-se com o meio ambiente e a vida simples da cidade pequena.

    Pirenópolis fica cerca de 120 km de Goiânia e é conhecida pelas belíssimas cachoeiras. Possui uma gastronomia fantástica tipicamente goiana e com uma variedade de pratos incomum, digna de encher a boca d'água dos turistas que ali vão.

     Durante a semana, a cidade volta a ser pacata com uma rotina calma de pessoas simples e hospitaleiras. Momento agradável para curtir a calmaria, fotografar belezas e repor as energias. À noite, a pequena e encantadora Pirenópolis tem seu ponto de gastronomia na rua do lazer, onde se pode experimentar a grande variedade de comidas saborosas.

    O convite veio para ficarmos três dias durante a semana, com o intuito de realmente descansar e curtir as belezas singulares do lugar.  Em uma bela casa na cidade nos hospedamos. Fizemos passeios às cachoeiras de águas cristalinas e frias. E a noite, todos os dias sem exceção aproveitava para conhecer e degustar pratos tipicamente goianos acompanhados de bom vinho. 

  A cada manhã, um alvorecer ao som de pássaros.  Manhãs magnificamente adornadas de céu límpido e um friozinho gostoso. Os tucanos vinham todas as manhãs de forma poética cantar em uma árvore frondosa na porta da sala, tornando o acordar uma deliciosa terapia. Acordar que me trouxe inspiração, nostalgia,alegria e principalmente descanso.

   Esses preciosos momentos nos fazem viajar ao interior do nosso interior, em busca dos sentimentos mais puros e nobres. Momentos de alma, despida de maldades e falta de amor!

  Todos os dias, pude observar com espanto a beleza do entardecer da pequena e bela cidade de Pirenópolis. O belo, imponente  e encantador pôr do sol, fez exibição particular para meus olhos inertes, ao ver tanta beleza!

   E foi numa tarde dessas, que me aconteceu algo inusitado e belo para nunca mais esquecer.  O sol ainda um pouco forte por volta das dezessete horas, me animou a lavar o carro empoeirado das estradas ao visitar as cachoeiras. Momento que para mim é terapia fazê-lo. Liguei o som do carro e imersa nas belas melodias fazia reflexões. Sequer percebi que o entardecer se encaminhava. 

   Os pássaros começaram a chegar, pousando na árvore bem próxima a mim. E alegremente se puseram a cantar. Cada um no seu tom, formando assim, uma orquestra sinfônica de encher o coração! Fiquei ali perplexa por alguns segundos ouvindo a sinfonia dos pássaros. De repente, fui surpreendida com a música ave Maria, que sequer sabia existir naquele pendrive.  E assim, a orquestra ficou ainda mais bela e completa.

   Nesse momento, lembrei-me que a hora do Ângelus é sempre às dezoito horas e as rádios tocam a Ave Maria. Corri, peguei o relógio e para meu espanto, vi a coincidência da música com o horário. Eram dezessete horas e cinquenta e sete minutos - hora do Ângelus. Enlevada pela agradável surpresa, o que era bonito tornou-se ainda mais quando a música  tocou  novamente. 

   Nesse momento, tão único e tão meu, em êxtase fiquei. Estar em um lugar mágico e ser homenageada com a bela canção da ave Maria, acompanhada pela orquestra do canto dos pássaros na hora do Ângelus e pôr do sol, certamente será para mim, inesquecível.



21/08/2014

UM OLHAR AZUL...



Perdido na imensidão da noite,
Meu espírito fica.
Vagueia nas madrugadas
Em busca do azul do céu...
De límpidas águas... De belas flores!

Azul...
Azul que nos eleva,
Enleva-nos
E nos leva de volta
Ao paraíso de belos jardins!

Ah! O Azul...
Ele traz a pura energia
Que emana das belezas
 Das obras primas da natureza
Mãe!

Translúcido azul...
Leva-nos,
De volta ao ventre
Do que éramos... Antes de nascer!

Luz... Luz azul... Azul...
Paraísos visitados nas asas
E alma dos poetas...
Viagens astrais!

Azul... De todos os tons,
Faz-nos
Navegar em águas
Límpidas e serenas.
Admirar o céu... As flores!



Azul de flores
Místicas...
Inatingíveis de sonhos!
Utopia...
Mistério e infinito.

Azul do céu...
Rabiscado feito estórias
Na memória Irreal...
E imaginária!

Quisera eu,
Ousar e poder
Lançar chuvas azuis...
Feito a cor anil
Refletido nas águas!

Azul...
Cor dos olhos nus
Perfumados de amor,
Nas madrugadas
De pura solidão!

Azul...
Das lindas flores
Que embelezam ainda mais,
Um jardim cheio de cores...
Traz amores!



13/08/2014

GOTAS DE ORVALHO

A noite cai ao final
De cada dia
Faça sol ou faça chuva.
E gotas de orvalho caem...

Cada gota que cai,
Parece silenciosamente
Orquestrar uma melodia
Para Molhar a terra,
Visível ao amanhecer!

Calmamente...
Caem sobre as flores
Em suave delicadeza,
Regando-as,
Como se bailassem!

E Cada gota silenciosa
Que cai sobre elas,
Deslizam com maestria...

São pequeninas... Delicadas...
Quase invisíveis.
Pela manhã,
Adornam a natureza viva,
Perceptível ao olhar observador.

É possível  ao amanhecer,
Perceber gotículas de orvalho
Sobre a vegetação,
Feito lágrimas que impiedosamente
Caem dos olhos!

Caem... Sutilmente caem...
E em silêncio profundo,
Fazem companhia para a solidão,
Na imensidão da noite
De quem sente saudades!

Discretas... Sorrateiras
Percorrem distâncias infinitas
Sem tempo e nem hora,
Para chegar.

Gotas de orvalho...
Em noites de solidão
Parecem querer dizer algo.
Falar do seu coração,
De sua curta e delicada vida!

E a noite
Com a face ao relento,
Elas chegam cuidadosamente
Em forma de lágrimas
Para beijar a face!

Ao amanhecer...
Com a chegada do rei sol,
Lá se vão embora
Deixando a terra molhada.

E silenciosamente,
Partem com seus sonhos
E olhos marejados
De saudades!!!!