A
incapacidade, ou melhor, a luta da mente em deixar de lado o passado, é uma
dificuldade de todo ser humano. O passado vive em nós na forma de lembranças.
Umas boas, que servem de bálsamo para o coração quando lembradas. Outras,
ruins, que trazem tristeza e novamente a dor ao presente. Elas em si não são um problema,
afinal, é por meio delas que aprendemos com as nossas experiências e erros
cometidos.
Entendo que,
somente quando os pensamentos sobre o passado dominam a mente por completo, é
que se tornam um fardo. Começam aí, os problemas do nosso “Eu”. Embora nossa história e trajetória de vida,
sejam formadas por lembranças da mente ou das emoções, se deixarmos a nossa
mente condicionada ao passado, nos tornaremos prisioneiros das emoções.
Algumas, indesejáveis, sobrevivem sem que a pessoa perceba. Assim sendo, o
desconforto é inevitável.
Parece-me
Óbvio, mas quero registrar aqui uma observação: ninguém passa pela vida, sem
experimentar algum tipo de sofrimento emocional. É inevitável que um dia,
possamos senti-lo. O que não se deve jamais é deixar que ele domine a mente e
se torne companheiro.
O ser
humano, às vezes, vacila sob os fardos que a vida os imputa carregar. Não é
fácil falar deles. Claro, não é de peso físico que estamos falando, e sim, do
peso espiritual e emocional que aflige a alma e o ser. Ao longo da vida,
carregamos alguns fardos que, se tivessem sidos enfrentados na época, poupariam
a dor do momento. Citamos aqui alguns exemplos: problema financeiro,
relacionamento pessoal, desânimo, frustrações, culpa entre outros.
"Os
fardos", ou seja, os momentos difíceis do passado esmagam a alma e em
grande parte, tiram a paz presente. Eles esgotam a nossa paciência e sepultam
sonhos. Diante de algumas situações, o fardo que nos é imputado parece ser
maior que a nossa capacidade de suportar. São demasiados grandes e difíceis.
Então, pergunto: Teríamos um limite de carga para nossos fardos? Difícil
responder. E se é difícil responder, imagine administrá-los.
E quando
eles parecem ser maiores que a nossa capacidade de suportar, a nossa tendência
é tentar fugir, ou, escondê-los. Isso é da natureza humana. Mas, até quando é
possível fugir e/ou esconder de algo que requer solução, às vezes de imediato?
O tempo poderia curar? Penso que não. O não enfrentamento, apenas os fará
adormecer nos escaninhos do coração, e irão se somatizando com o adiamento.
O tempo não
cura e nem muda os fardos de lugares. O grande perigo diante das dificuldades
de carregar o fardo do passado é desistir de lutar. E em si desistindo,
certamente abandonará coisas importantes na vida. Dessa maneira, corre-se um
grande risco - continuar cambaleando, se arrastando e se ferindo pela vida.
Melhor
mesmo, é encarar tudo de frente. Não é bom viver transportando fardos de
espécie alguma, sejam eles quais forem. Isso nunca fará bem a quem os carrega,
tampouco aos que com ele convivem. Não é de bom alvitre, viver uma vida de
insatisfação sob o peso da ansiedade e do medo do amanhã. É preciso ponderar, pois o passado não pode
atormentar. E o amanhã, é uma incógnita que não pode gerir o hoje.
É preciso
parar de acrescentar dores à alma. O ser humano é capaz de aprender a refrear
esse hábito. Para isso, é preciso se abster de viver com a mente no passado. A
não ser, que aquele momento traga novamente alegria e paz. Se não for assim, é
melhor voltar à atenção para o momento presente, ao invés de deixar atrair por
histórias antigas da memória que traz dor e sofrimento.
Assim sendo,
nossa realidade, nossos pensamentos e emoções se tornam a nossa identidade.
Nada que tenha acontecido no passado de bom ou ruim, pode nos impedir de estar
presente no agora - viver o agora. Pense: Se o passado não tem como evitar
nosso estado de presença, que poder tem ele?
Toda emoção
negativa, que não é plenamente enfrentada e nem considerada pelo que ela é no
momento em que se manifesta; não se dissipa por inteiro. Deixa sempre traços de
dor, que se pode carregar para o resto da vida. Não seja escravo das dores do
passado. Um enfrentamento de situações difíceis pode doer muito por um tempo,
mas não será um fardo para doer e carregar para o resto da vida.
Lindo pensamento... uma realidade na vida do ser humano! bjus
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