A correria da vida
agitada na cidade grande trouxe-me o desejo de encontrar uma pausa para
descansar. Escolhi passar o final de semana em uma fazenda. Saímos em um sábado
pela manhã, antes mesmo do sol raiar. Por quilômetros e quilômetros de asfalto
e paisagens diversas, fui apreciando o vento fresco em minha face e o nascer do
sol.
De passageira, vez em
quando, olhava pelo retrovisor percebendo o mato ficando para trás. O desejo
para chegar logo era grande, afinal, já conhecia bem o lugar mágico que
passaria um agradável final de semana junto aos familiares.
Após ter rodado vários
quilômetros, uma pausa na estrada para um café da manhã - momento de prazer e
alegria. Comemos pamonha – iguaria típica dos goianos e mineiros. Seguimos
viagem, ainda faltavam uns sessenta quilômetros para chegarmos. O sol agora
quente iluminava o asfalto e o calor começava a incomodar. A ansiedade para
chegar aumentava a cada minuto, afinal, iria estar junto das pessoas que tanto
amo - tudo o que eu mais queria.
Os últimos quilômetros
foram vencidos e, finalmente, chegamos à cidade da qual a fazenda é munícipe.
Hora de comprar os alimentos e guloseimas para abastecer os dois dias: lanches,
refrigerantes, carne para churrasco, cervejas etc. Feito isso, hora de por o pé
na estrada novamente. Agora, mais dez
quilômetros de estrada de chão, para enfim, chegarmos ao destino tão esperado.
Na estrada de chão
batido, ia observando uma paisagem totalmente diferente daquelas que vi na
rodovia asfaltada. A vegetação mais verde e bonita, de belas e frondosas
árvores que exalavam frescor, embora o sol já estivesse muito quente. Passava
das nove horas quando chegamos à porteira da fazenda. O primeiro a nós receber
foi o cachorro boby. Veio abanando a rabo como a nós dizer: sejam bem-vindos.
O reencontro com os
familiares trouxe imensa alegria, muitos sorrisos e brincadeiras. E foi com
essa harmonia que fomos conduzidos a entrar, afinal dentro da casa havia outros
parentes ansiosos esperando nossa chegada. Entre abraços e afagos ficamos por
ali batendo um agradável papo. Enquanto isso, um delicioso churrasco estava
sendo preparado para o almoço, e logo fomos chamados a nos servir. A harmonia e
a alegria do reencontro tornava o churrasco ainda mais saboroso.
A parte da tarde passou
muito rápido como num passe de mágica. E
eu esperava ansiosa pelo show do pôr do sol, que naturalmente aconteceria. Não
iria perder essa oportunidade maravilhosa de fotografá-lo. Enquanto o sol
teimava em não ir embora, peguei minha câmera e comecei a registrar outras
belezas. Belas flores enfeitavam o quintal da sede. Cada qual, mais bela que a
outra. Fotografei rosas, beijos. Muitos beijos de todas as cores. E logo em seguida,
voltei minha atenção para o espetáculo do belo pôr de sol que em segundos
transformaram em belos clicks.
O sol se foi de vez e a
noite começava a cair. Com o coração
cheio e pleno, guardei a câmera. Alguns membros da família já estavam a postos
me esperando para jogar baralho. Ficamos horas entretidas e quando percebemos
já era tarde - hora de dormirmos. A noite foi de bom sono e descanso.
Ao amanhecer, um
gostoso café da manhã me esperava. Sentamos todos à mesa e saboreamos um delicioso
pão de queijo acompanhado de um café forte à moda da família. E, novamente, fui
tentada a pegar minha câmera para registrar mais belezas. Tudo me encantava.
Entretive-me por algum tempo clicando e vislumbrando cada detalhe da natureza
viva. Não vi o tempo passar.
E a hora do almoço
chegou. Momento de saborear um delicioso frango caipira feito em fogão à lenha.
A harmonia familiar tornou o almoço ainda mais saboroso. Terminado o almoço,
hora de um breve cochilo ao som de aves e pássaros, complementados pela batida
repetitiva de um velho monjolo. Canção de ninar, que me embalou um sono
restaurador.
Já passavam de
dezesseis horas quando colocamos nossas malas no veículo. Hora de voltar para
casa. A cidade grande agitada nos esperava novamente. O final de semana fora
tão agradável e feliz que a despedida dos familiares nesse momento, se tornou
melancólica fazendo-me verter lágrimas!
À medida que distanciávamos da sede da fazenda, comigo partia a certeza
de que em breve, poderia voltar ali. E que poderia ter novamente, o amor e o
carinho dos familiares em muitos outros finais de semana na fazenda Camarim.