A expectativa se confirma ao chegar à cidade, que
comprovadamente faz jus ao nome que ostenta. Bonito é uma cidade tranquila,
onde de imediato o visitante tem a boa impressão de cidade sustentável, que
valoriza e respeita seus recursos naturais. O tema natureza é realmente presente
na vida da cidade. Destaco de imediato os telefones públicos que, ao invés dos
tradicionais “orelhões” trazem formato de animais da fauna da região.
À noite, confirma-se a vocação para o turismo através dos
bons atendimentos nos aconchegantes “barzinhos” - que são muitos pela cidade. Funcionários
educados e bem informados trazem ótima impressão de como será a estada do visitante
no local. O cardápio é em grande maioria de pratos típicos da região, onde o
peixe é o ingrediente principal.
Após noite tranquila em um dos vários hotéis e pousada da
região, começo por uma visita ao Balneário Municipal, cuja localização fica bem
próximo da cidade. Novamente noto a educação e o nível de informação dos
funcionários e colaboradores do local.
Com muito verde, água límpida e cristalina, uma das grandes
atrações é fazer flutuação e tomar banho ao lado de enormes cardumes de peixes,
que não se assustam ante a presença dos humanos. A natureza, bem cuidada e respeitada, retribui
oferecendo além do visual impressionante, a beleza do canto de pássaros como
chupins, animadas gralhas, bem-te-vis e o raro e infelizmente em extinção, João
Pinto. Borboletas faceiam e ornamentam o visual e o teiú manso e folgado
passeia entre os visitantes, despreocupadamente. Cigarras pareciam saudar minha
presença naquele santuário. Durante a tarde, as araras chegam em busca de
alimento que é oferecido pelos funcionários. Hora de fotografá-las bem de
pertinho.
No dia seguinte, ao raiar do dia parto para um passeio
interessante em lugar mágico: a Gruta Azul. Em companhia de muitos turistas de
diversos lugares do mundo, após receber orientações dos experientes e
simpáticos guias, é hora de colocar o capacete e buscar ver o lago que fica no
interior da Gruta.
Ao iniciar a descida íngreme de cerca de trezentos metros, percebemos
turistas que já estão lá embaixo, o que nos dá uma sensação de ver um
movimentado formigueiro. Ao término da descida, o lago azul, com dimensão
grande, e como o próprio nome diz, muito azul – obra da natureza intacta, numa
caverna que levou milhares ou milhões de anos para ser criada, passando a
sensação e inevitavelmente levando reflexão da tamanha insignificância do nosso
período de existência.
Estalactites descem do teto da caverna como se tentassem tocar o lago e
as estalagmites o emolduram, com formatos de torres e outras que aparentam
imagens religiosas. O eco causa espanto aos visitantes quando se conversa lá
dentro, mas por orientação do guia deve-se falar baixo para que as ondas
sonoras não provoquem a queda das frágeis estalactites. Fiquei encantada com a
imensa beleza daquele santuário.
No dia seguinte, a descida de bote no Rio Formoso, percurso de cerca de seis quilômetros rio abaixo. O que era para ser apenas um passeio de bote por um rio, se tornou um momento deslumbrante. Por ser uma região plana, as águas do rio correm de forma lenta, tranquila, proporcionando suave passeio pelas águas cristalinas, envoltas às margens, por uma natureza exuberante, seguida por sinfonia de cantos de pássaros de várias espécies.
Com alegria, o guia sugere a todos que peguem seus remos para
ajuda-lo. Começa a brincar de jogar água
com os remos e daí cria um clima gostoso e todos caem na brincadeira como se
fossem crianças. Ao mesmo tempo todos sentem a responsabilidade que é preciso
remar em equipe, fazer a parte de cada um, para que o passeio ocorra.
Ao chegar às descidas das cachoeiras, um frio no estômago, mas a emoção toma conta, e a gente aproveita como pode. Ao olharmos para traz a visão de bela cortina branca. Hora da parada, para um banho nas piscinas naturais.
Ao término da descida a bifurcação do rio, onde o mesmo se divide em
vários canais que permeiam a vegetação, circundando o que se chama a Ilha do
Padre. Desembarcando do bote, seguimos
por trilhas de tablados de madeira que se sobrepõem aos canais que,
proporcionando momentos de perfeita interação do homem/natureza, onde o visual
e as imagens são dignos de cartão postal.
O passeio em uma das várias fazendas existentes em Bonito não pode ficar
de fora. A Água Viva – ou Rio do Peixe - possui belíssimas trilhas, onde de
parada em parada é possível tomar banho nas cachoeiras repletas de peixes. Sempre uma nova emoção marcada mais ainda pela
adrenalina da tirolesa, trampolim e pulo livre em poços profundos cercados por
rochas. Tudo com muita segurança e orientado pelo guia turístico.
O chamado para o almoço interrompe as atividades da manhã. Momento em que
o Sr.Moacir, dono da fazenda em agradável e intimista show particular, conta piadas
e histórias sobre a região, alegrando ainda mais os presentes.
Um "redário" à disposição é quase que obrigatório para um
cochilo. Que é breve, pois novos passeios e trilhas estão para ser explorados.
Ao final da tarde o espetáculo das araras e dos macacos. O Sr. Moacir as
chama e pela intimidade conquistada ao longo de 11 anos, elas imediatamente se
aproximam, pousando em um banco. São quatro araras de variadas cores e somente
ele pode pegá-las. Aceitam ser colocadas por que ele em nossos braços ou ombros
para tirar fotos.
A experiência se repete com os pequenos macacos, que chamados não recusam
quando ofereço um pedaço de banana para alimentá-los. Hora de fotos, muitas
fotos.
Ao cair da tarde, começando a noite, hora de pegar a estrada rumo a
Bonito. Depois, jantar, uma cerveja no barzinho, ir para o hotel e novamente arrumar
as malas, afinal, na madrugada seguinte seguir viagem, desta vez de volta para
casa.
Belíssimo... Bonito é mesmo muito bonito!! Perfeito. Tive vontade de conhecer mais ainda! Parabéns pela postagem!
ResponderExcluirEdson @papadoctorgyn
ResponderExcluirSaudades da Serra do Bodoquena.
Cidades de Jardim, Guia Lopes da Laguna, Bela Vista e outras.
Velhos tempos.